terça-feira, 1 de janeiro de 2013

HISTÓRIA DA COMUNIDADE SANTA LUZIA

Por: Shirley Oliveira Alvim
Com a fama de que o terreno era fértil para o plantio de café, no interior da Zona da Mata, Leste de Minas Gerais, algumas famílias começaram a chegar por estas redondezas.
Por volta de 1872, Antônio Ambrósio inaugurou a sede da fazenda Brejaúba, no córrego de mesmo nome do município de Chalé. Ele e sua esposa Lidroneta tiveram seis filhos. Infelizmente, ela teve um ataque epilético, a lamparina caiu e a queimou vindo a falecer após 48 horas.
            Permaneceu na fazenda Alexandrino Pereira Alvim, o Duca com a avó, Altino Ambrósio e Tereza Carolina “Tia Lelé”. Este casal tinha uma promessa de construir uma capela em honra a Santa Luzia. É que um dos filhos teve um problema sério na vista e com a promessa feita à Santa Luzia, ele ficou bem. Mas, eles se mudaram para a Areia Branca e lá conseguiram ajudar na construção de uma capela em honra a Santa Luzia (hoje conhecida como capela Nossa Senhora Aparecida).

HISTÓRICO DA CAPELA DE SANTA LUZIA, NO CÓRREGO DE BREJAÚBA-CHALÉ/MG
Festa da padroeira Santa Luzia, em Brejaúba. 13 dez. 2012
            Na década de 80 um antigo sonho se tornou realidade para Antônio Florêncio Alvim[1]. Ele comprou a sede da fazenda de Antônio Ambrósio e herdeiros[2]. Sabendo da promessa dos velhos donos da terra começou a planejar a construção da capela. Começou escolhendo o local, a princípio pensou-se na área central, onde hoje é um terreiro de pedra, porque ali eram celebradas as missas de seis em seis meses e até de ano em ano. Também rezavam novenas. Naquela época, à sombra de um enorme pé de jatobá ou de uma mangueira, que os fiéis da região se reuniam e amarravam seus animais.
 
"Jatobá é uma árvore símbolo de resistência encanta também pela beleza de sua copa e tamanho. Sua madeira é bonita e de várias utilidades".[3]

Finalmente, pensaram do lado direito da estrada[4]. Ficou resolvido que o local seria aquele, pois para a casa de Deus, o certo é doar o que se tem de melhor. Havia muitos moradores na comunidade de Brejaúba com várias famílias[5]. Foi então, lançada a pedra fundamental e iniciaram a campanha para arrecadar fundos. Todos se interessaram e colocaram mãos a obra para atingir o objetivo.
Cada qual contribuiu com um tijolinho. De tijolinho em tijolinho a capela ficou pronta. O responsável pela sede doou o telhado, e mais tarde a laje. A imagem de Santa Luzia foi doada por Dinorah Torres[6], de Bambuí, oeste de Minas Gerais. Ela tinha diabetes, problemas na visão, então fez a promessa de doar para à primeira capela que descobrisse estar necessitada. Shirley doou a toalha de renda para o altar, a cruz de bronze e as jarras de flores.
Foram vários anos de luta. No dia 13 de dezembro de 1986, com muito sacrifício, foi marcada a inauguração. A enchente tinha levado a ponte, ficou apenas uma pinguela sobre o rio São Domingos que dá acesso ao córrego de Brejaúba. Não havia luz elétrica apenas uma fraca luz a motor, as estradas eram mais precárias. Enfim, chegou o tão esperado dia da inauguração. Ao anoitecer começaram a chegar gente de carro vindopelo córrego da Turma/Chalé-MG, outro acesso. A imagem de Santa Luzia saiu da casinha a beira da estrada, hoje a rodovia asfaltada. Todos de velas acesas rezando e cantando. Foi uma caminhada emocionante, muitos choravam pela estrada escura, foi uma grande bênção. Padre Geraldo de Lima Mayrink foi o presidente da celebração eucarística que deixou para aquela assembleia uma mensagem de fé e esperança. Hoje, 13 de dezembro de 2012, a capela de Santa Luzia completa 26 anos de construção. Na capela já foram realizados batizados, bodas de prata, missas, novenas.
Foi o padre José Moreira Bastos Neto, hoje bispo de Três Lagoas-GO que lembrou a necessidade de registrá-la na paróquia de Chalé.
Um depoimento de fé: minha velha e falecida avó, era evangélica, mas todas as manhãs tomava três goles de água com a medalha de Santa Luzia, por receio de perder a visão. Morreu enxergando aos 87 anos de idade. O Senhor nos guardou. Graças damos ao Pai!

[1] Nascido em Areia Branca/Chalé-MG e comerciante em Lajinha-MG proprietário da loja “Galeria Antônio Alvim” desde 1954.
[2] De Altino Ambrósio e Tereza Carolina
[3] REFERÊNCIA: Disponível em http://tobiassampaio.zip.net/arch2008-03-16_2008-03-22.html Acesso em 14 dez 2012
[4] Que hoje dá acesso para a casa de Jé Brandão e Socorro. Socorro é a atual coordenadora da comunidade Santa Luzia, da paróquia Nossa Senhora do Amparo de Chalé-MG. Tem 18 anos que mora em Brejaúba e trabalha na comunidade.

[5] Zequinha & Maria e família; Flauzina e família; José Ambrósio & Edir e família; Mário (o Tãozinho); Law; Valdecio & Maria das Graças; Waldomiro; Aristides e família. E outros...
[6] Dona Nazinha